Nomenclatura
É muito importante que os nomes científicos sejam os correctos
É importante que os nomes
científicos estejam correctos. Ninguém
discorda desta afirmação. Contudo, levámos algum tempo a tomar consciência de que
era de suprema importância ter os nomes científicos correctos e que toda a
informação ligada a uma espécie errada não deve ser publicada de modo nenhum.
Pietsch e Grobecker (1987) dá-nos um exemplo clássico das consequências deste
facto: Bloch (1785) publicou uma descrição de Lophius histrio (combinação original de Histrio histrio (Linnaeus, 1758) ilustrada com uma composição
mostrando a cabeça e o corpo de H.
histrio e o aparelho de atracção (illicium e esca) de Antennarius striatus. A confusão gerada por este erro durou quase
200 anos com 21 publicações subsequentes usando esta descrição errónea,
frequentemente usando a ilustração de Bloch.
Pensando
neste facto, tomámos várias precauções no sentido de detectar erros nos nomes
científicos. Em primeiro lugar, confrontámos os nomes, os autores e os limites
de distribuição com a literatura, usando mais do que uma fonte, quando
possível. Até agora, este trabalho moroso foi realizado para mais de 10.000
espécies, isto é, dois terços dos nossos registos.
Utilizámos vários métodos para identificar possíveis erros
Em segundo lugar,
confrontámos os nomes com a base de dados PICES de Eschmeyer (uma versão
preliminar fornecida por W.N. Eschmeyer equivalente à versão disponível na
Internet em 1996 no URL gopher://gopher.calacademy.org: 640/7).
Em terceiro lugar, realizámos várias confirmações
para identificar possíveis erros. Por exemplo, verificámos listas de
publicações de espécies com nomes semelhantes na mesma família; comparámos
todos os nomes válidos com a tabela SINÓNIMOS; e confrontámo-los com outras
bases de dados tais como, a FAO SPECIESDAB (Coppola et al., 1994), NAN-SIS (Strømme, 1992), TAIWAN (Shao et al. 1992), and HAWAII (Mundy, in
prep.). Para este fim, foi desenvolvida uma rotina que examina as listas de
nomes científicos dos peixes, identifica sinónimos e nomes mal escritos, e
sugere o provável nome correcto (ver Miscelânea,
neste vol.).
Este
é um trabalho contínuo e embora a FishBase possa conter erros, esperamos que
este processo nos permita melhorar a qualidade dos nomes em cada edição annual.
Entretanto, agradecemos que nos informe caso encontre algum erro.
Bloch, M.E. 1785. Naturgeschichte der ausländischen
Fische. Berlin, Vol. 1. 136 p.
Coppola, S.R., W. Fischer, L. Garibaldi, N. Scialabba and K.E.
Carpenter. 1994. SPECIESDAB: Global species database for fishery purposes. User’s
manual. FAO Computerized Information Series (Fisheries) No. 9, 13 p. FAO, Rome.
Mundy, C.B. A checklist of the fishes of the Hawaiian
Ridge, within the 200 nm exclusive zone, compiled from published literature.
(em prep.).
Pietsch, T.W. and D.B. Grobecker. 1987. Frogfishes of the world. Systematics,
zoogeography, and behavioral ecology. Stanford University Press, Stanford,
California. 420 p.
Shao, K.-T., S.-C. Shen, T.-S. Chiu and C.-S.
Tzeng. 1992. Distribution and database of fishes in
Taiwan, p. 173-206. In C.Y. Peng
(ed.) Collections of research studies on ‘Survey of Taiwan biological resources
and information management’. Institute of Botany, Academia Sinica. Vol. 2. (In
Chinese).
Strømme, T. 1992. NAN-SIS: Software for fishery survey data
logging and analysis. User’s manual. FAO Computerized Information Series
(Fisheries) No. 4, 103 p. FAO, Rome.
A tabela FAMÍLIAS contém os nomes científicos e
comuns de todas as famílias com uma pequena descrição e ainda o número estimado
de género e espécies. De cerca de 200 famílias a FishBase possui as espécies
mais comuns.
A FishBase contém todas as espécies para 200 Famílias
Quando existente, será
mostrado o primeiro registo fóssil. Os habitats dos membros das famílias são
classificados em marinhos, estuarinos e dulciaquícolas. Um campo de escolha múltipla, indica quais os
membros da família que são utilizados em aquariofilia. O contorno típico dos
membros da família é mostrado.
Fontes
Os
nomes científicos e comuns, bem como a classificação, seguem Eschmeyer (1990)
que amavelmente cedeu uma cópia da sua base de dados GENERA (ver abaixo) para
incluir na FishBase. A informação descritiva bem como a distribuição e os
caracteres básicos de diagnose são baseados em revisões recentes de famílias ou
em Nelson (1984, 1994). Registos fósseis foram baseados em Berg (1958) e
digitalizados a partir de figuras existentes nas Folhas de Identificação da
FAO, nos Guias de Campo da FAO, no Fishes
of the World de Nelson (Nelson, 1984) e outras fontes.
Estado
Até
ao momento apenas 120 registos foram confirmados e nem todas as revisões
recentes foram usadas. O nome das famílias e dos taxas superiores, bem como dos
géneros de cada família foram confrontadas electronicamente, com a base de
dados GENERA de Eschmeyer (neste volume) e estão correctos.
Futuramente
serão confirmados todos os registos, através da utilização de revisões recentes
de famílias e da edição de 1994 dos Fishes
of the World de Nelson (1994), tarefa que será realizada gentilmente por
Joseph S. Nelson. Eschmeyer está a preparar uma nova edição da base de dados
GENERA que tencionamos adoptar uma vez publicada (uma versão preliminar está
disponível na INTERNET na página da Academia das Ciências da Califórnia
(http://web.calacademy .org/research/ichthyology/). Pretendemos também incluir
novos campos numéricos referentes aos limites em latitude das famílias, que
será útil em estudos comparativos. Com o WinMap (ver “WinMap Software”, neste
volume) já é possível obter mapas preliminares de distribuição que relevam os
países onde os membros duma família ocorrem.
Botões
adicionais permitem-lhe criar:
·
uma lista de todos os
géneros pertencentes a essa família, com base em Eschmeyer (1990); clique duas
vezes no género para obter mais informação;
·
dados de captura da FAO
para a família escolhida (ver “capturas da FAO” , neste volume);
·
dados de envenenamento
por ciguatera, se disponíveis (ver “tabela CIGUATERA”, neste volume);
·
todas as referências da
FishBase que se referem a membros da família;
·
todas as revisões taxonómicas
utilizadas pela FishBase para esta família.
Por favor
informe-nos caso considere que nos faltaram referências importantes.
Como chegar lá Para
aceder à tabela FAMÍLIA clique o botão Espécies
no Menú Principal, o botão Família
na janela PROCURAR POR e, depois de seleccionar uma família, o botão Família info na janela PROCURAR POR
FAMÍLIA. Se já seleccionou uma espécie, clique o botão Família na janela ESPÉCIES.
Referências Berg,
L.S. 1958. System der rezenten und
fossilen Fischartigen und Fische. VEB Verlag der Wissenschaften, Berlin,
310 p.
Eschmeyer,
W.N. 1990. Catalog of the genera of
recent fishes. California Academy of Sciences, San Francisco. 697 p.
Nelson,
J.S. 1984. Fishes of the world. 2nd
edition. John Wiley and Sons, New York. 523 p.
Nelson,
J.S. 1994. Fishes of the world. 3rd
edition. John Wiley and Sons, New York. 600 p.
Rainer
Froese
A tabela GENERA de Eschmeyer contém todos os géneros de peixes
Uma nomenclatura é essencial para
trabalhar com as 25.000 espécies de peixes existentes. W.N. Eschmeyer da
Academia das Ciências da Califórnia (CAS) encarregou-se de rever as mais de
50.000 descrições originais de peixes desde a 10ª edição do Systema Naturae de Carl Linné (1758).
Como primeiro resultado publicou o Catálogo
dos Géneros dos Peixes Recentes
(Eschmeyer 1990; referido abaixo como “Catálogo”) em que são revistos mais de
10.000 nomes de géneros e que são agora reconhecidos globalmente. O catálogo
está também disponível como base de dados (GENERA), que Eschmeyer amavelmente nos cedeu para inclusão e
distribuição através da FishBase. Uma versão actualizada desta base de dados
está acessível na Internet na
“homepage” da Academia de Ciências de California (http//web.calacademy.org/research/ichthyology).
Esta versão actualizada está inclida na FishBase 97.
Estado Para
que este processo seja eficiente classificámos o status dos nomes genéricos,
baseados nas marcações das tabelas originais e nos comentários do Catálogo, nas
seguintes categorias: válido; não revisto; sinónimo; confuso; ver Eschmeyer
(1990); depois de 1989; emenda não justificada; ortografia incorrecta; não
acessível; substituição desnecessária; no índice; sub-género válido. Esta
classificação envolveu, por vezes, apreciação da nossa parte, por exemplo,
alguns autores validam um género sempre que outros o consideram sinónimo ou
sub-género válido. A responsabilidade por todos os erros de introdução é nossa.
Pode ver as citações completas se clicar duas vezes
no campo CAS RefNo. ou no campo Notas.
As
seguintes descrições dos campos da tabela GENERA foram adaptados com a
autorização do Catálogo:
Campos Nome: Nome do género como proposto. A
ortografia original foi usada excepto quando estritamente necessário alterar,
como por exemplo, mudar Lucio-Perca
para Lucioperca.
Subgénero de: Quando o nome é proposto
como subgénero, aparece no ecrã o nome do género a que pertence.
Autor: O autor do nome- qualificado em “in”,
quando necessário- Cuvier in Cuvier Valenciennes, ou “ex” significando desde,
como Lacepède (ex Commerson).
Data: O ano da publicação.
Página: Normalmente só uma página é
citada- a página onde começa a descrição do género (e não necessariamente a
página onde é referido pela primeira vez). Quando existem mais páginas, o
género aparece marcado e será seguido mais tarde no texto com informação
adicional. Em alguns trabalhos antigos, sem descrição do género, várias páginas
com referências à publicação do nome são dados. As páginas entre parênteses
derivam de trabalhos não paginados ou em separatas, cuja paginação é diferente
do original.
Número de Referência: O número entre
parênteses corresponde ao número da Secção Literatura Citada (Parte III) do Catálogo.
Género: O género (masc. ou fem.) do
nome.
O género (masc/ fem.) do género da espécie determina a escrita do epíteto específico
O tipo das espécies, autor, data, página: O género original de tipo de espécie, o nome
científico, o autor, a data e a página são mostrados. Foram feitas todas as
correcções aos nomes das espécies. Ocasionalmente uma segunda espécie aparece
entre parênteses e este facto pode ter vários significados. Pode ser o
sinónimo, especialmente quando o autor do género fornece um novo nome
(desnecessário) para o nome antigo da espécie. Noutros casos o autor do novo
género ou sub-género pode atribuir a autoria do tipo da espécie não ao autor
original da espécie mas a qualquer autor posterior; normalmente o autor
original da espécie é dado (sem tomar em conta o autor da espécie atribuído
pelo autor do género), juntamente com informação adicional do tipo, “Espécie
tipo Alpha beta de Jones (= Gama delta Smith, 1945”. Quando o autor
designa equivalentes, tais como, tipo A+A é igual a tipo A+B, a ampliação é
dada nas Notas do Catálogo. O uso de parênteses não significa dúvidas no
Status do tipo da espécie; só são utilizados sinónimos objectivos.
Antigamente era comum a publicação repetida da descrição dum novo
género
Método de designação dos Tipos: é descrito o
método utilizado no estabelecimento do tipo. Este assunto é discutido em
detalhe no catálogo. Embora o “tipo original” tenha precedência sobre todas as
outras designações, é feita uma distinção entre “designação original
(monotípica)” e “designação original”; a primeira assegura que a coincidência
de haver um tipo diferente é remota; a segunda quer dizer que existia mais do
que uma espécie válida incluída no tipo. Outra amplificação é por vezes dada,
por exemplo, “Tipo por monotipia (também por uso de typus)”, mas neste caso o
uso de “typus” ou notação similar é uma forma de indicação que só é utilizada
quando não existam outras designações com precedência, ou quando existem duas
ou mais espécies incluídas no taxon. Quando o tipo da espécie é designado
depois da descrição original, a informação sobre a designação subsequente é
dada.
Citações
Secundárias: As citações publicadas
perto da data da descrição original dos géneros estão também disponíveis na
FishBase. Antigamente era comum o autor publicar a descrição dum novo género em
mais do que uma revista científica.
Os nomes das espécies podem já estar registados
Nomes já utilizados: São
nomes não disponíveis por terem sido já usados. Para se certificar de que um
nome já foi utilizado- por exemplo, em insectos- ter-se-á que consultar a
descrição original do nome do insecto e confirmar a sua designação, data,
acessibilidade e outros detalhes. Os nomes já utilizados em peixes foram verificados,
mas não o foram noutros grupos.
Erros de
ortografia e emendas: Os erros de
ortografia incluídos são os que o autor original publicou em artigos
posteriores ou os publicados no Genera of
Fishes de Jordan; no catálogo Zoológico onde pela primeira vez o género foi
descrito; em monografias; ou nas referências que documentam o status do género.
Quaisquer outros possíveis erros não foram incluídos. Quaisquer emendas
requerem estudo cuidadoso; algumas foram avaliadas no sentido de saber se
seriam justificadas ou não. Nas que não foram avaliadas, a expressão “Dita” é
usada nas Notas do catálogo para
mostrar que a investigação não foi feita.
Outras
notas: Participação da Comissão
Internacional da Nomenclatura Zoológica (ICZN), anotações da nomenclatura e outros
comentários são fornecidos no catálogo.
Status: São fornecidas as citações que documentam o status
do género, isto é, o usado pela generalidade dos autores.
Família/subfamília: É fornecida a família e a subfamília nas quais o
género está incluído no catálogo.
Termina aqui a parte adaptada do Catálogo.
Como chegar lá Para
aceder à tabela GENERA clique o botão Eschmeyer
GENERA na janela PROCURAR ESPÉCIES
POR…ou clicando o botão Genera na
janela ESPÉCIES.
Agradecimento Queremos
aproveitar esta oportunidade para mais uma vez agradecer a William N. Eschmeyer
pela sua valiosa contribuição no projecto FishBase e ansiamos por continuar uma
colaboração estreita à medida que a sua base de dados PISCES tome forma (ver
abaixo).
Referências Eschmeyer,
W.N. 1990. Catalog of the genera of
recent fishes. California Academy of Sciences, San Francisco. 697 p.
Rainer
Froese and Susan Luna
W.N.
Eschmeyer forneceu à FishBase
uma cópia da versão preliminar da sua base de dados PISCES que se encontra
disponível na Internet desde Julho de 1997 no URL
http://www.calacademy.org/research/ichthyology/. A sua introdução à base de
dados é a seguinte:
PISCES de
Eschmeyer em Julho 1997
“Esta
é uma versão preliminar de uma base de dados que contém cerca de 53.500
espécies e subespécies de peixes. Aproximadamente 4.000 dos nomes incluídos não
estão disponíveis devido a razões técnicas. Cerca de 25.000 espécies são
válidas e outras 25.000 são sinónimos. Cerca de 200-300 espécies novas estão
ainda a ser descritas por ano.
Esta é a parte do catálogo em que os taxa estão arranjados por odem
alfabética. As outras duas partes (não incluídas aqui) compreendem a
classificação das espécies e as referências. Antecipa-se que uma versão
impressa acompanhada por um CD-ROM, estará disponível dentro de 6 meses. Esta
edição contém: (a) a segunda edição de Genera
of recent fishes que inclui as partes A e B da edição original de 1990, (b)
o Catálogo das Espécies de Peixes com duas partes (espécies por ordem
alfabética e classificação), a bibliografia com cerca de 15.000 referências,
(d) a Interpretação do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica e (e)
Opiniões do ICZN (Apêndice B) sobre Genera.
Esta publicação excederá as 2.500 páginas, capa mole, em 3 volumes. Na nossa
opinião, qualquer pessoa que trabalhe com nomes de peixes deverá possuir esta
obra e os taxonomistas podem também estar interessados na interpretação do
Código da nomenclatura. Pretende-se fornecer o texto e o CD-ROM em conjunto
(não separadamente). Esperamos manter o preço aproximado de $175.00 por
exemplar. Se desejar ser avisado do lançamento deste trabalho (possivelmente
com um preço de lançamento), envie, por favor, o nome e endereço para weschmeyer@calacademy.org.
Primeiro
tratamento de todos os peixes desde 1800
Este
é o primeiro tratamento de todos os peixes desde 1800. Quase todas as descrições
originais foram localizadas e confirmadas por um ou mais elementos da nossa
equipa. Foram encontrados muitos nomes desactualizados. Muitos erros na
bibliografia actual foram apontados. Também tentámos determinar a localização
de tipos, introduzindo a informação disponível em catálogos de tipos e o
primeiro autor efectuou visitas à maior parte dos grandes museus. Uma
introdução e agradecimentos estarão presentes na publicação; já muitos
ictiologistas e gestores das colecções colaboraram de vária formas neste
trabalho.
Durante os próximos seis meses iremos sobretudo
encontrar referências em falta, efectuar alterações na classificação,
estandartizar acrónimos dos museus, remover datas conflituosas, e
especialmente, adicionar referências de literatura recente e corrigir erros.
Chama-se a atenção para o facto de algumas espécies
ainda não estarem atribuídas a uma família e de algumas estarem possivelmente
incluidas na família errada.
Este trabalho foi financiado pela National Science
Foundation (fundos BSR 8416085, 8801702 e 9108603) para a Academia das Ciências
da Califórnia.
São bem-vindos comentários, sugestões e notifocação
de erros. Por favor respeite os nossos direitos de autor. Se utilizar
informação da base de dados numa publicação, gostariamos de ser incluídos nos
agradecimentos. Obrigado.”
A
tabela ESPÉCIES é a coluna vertebral da FishBase, e tem como base os nomes
científicos. Todo o bit de informação da FishBase está ligado, directa ou indirectamente,
a pelo menos uma espécie e é através desta tabela que se acede a toda a
informação.
A FishBase contém todos os peixes importantes
Actualmente
a tabela ESPÉCIES contém mais de
metade das 25.000 espécies de peixes estimadas hoje em dia. Contudo, já inclui
todas as espécies consideradas importantes quer seja como alimento,
aquariofilia, desporto ou isco, as que são perigosas para o homem e até as que
se encontram ameaçadas de extinção.
Fontes A
informação contida nesta tabela deriva de mais de 2.700 referências, tais como
as do Catálogo das Espécies da FAO (p.ex., Carpenter e Allen, 1989), as das
Séries dos Peixes do Indo-Pacífico (p.ex., Woodland, 1990), e de outras
revisões taxonómicas (p.ex., Pietsch and Grobecker 1987) bem
como as das Listas Faunísticas de por exemplo, Daget et al. (1984, 1990), Myers (1991), Shao et al. (1992), Robins et al.
(1991) e Talwar e Jhingran (1992). Encontrará uma discussão das dificuldades relacionadas
com o uso de fontes de informação secundárias no capítulo da tabela de
SINÓNIMOS, abaixo, e na secção referente a revisões, no capítulo “Como nasceu a
FishBase”.
A
tabela ESPÉCIES apresenta o nome
científico válido, o seu autor e a família, ordem e classe a que pertence.
Quando existe é dado também o seu nome comum em inglês. A informação adicional
diz respeito à idade e tamanho máximos, habitat, usos e particularidades
biológicas. São dadas as respectivas referências.
Pelo
simples premir dum botão pode ter acesso a informação adicional, como por
exemplo, à imagem do peixe, o seu mapa de distribuição, taxa superior,
sinónimo, nomes comuns, parâmetros ecológicos, todas as referências usadas,
contribuições de colegas ou informação verificada, etc.
Campos Nome científico: Consiste no nome
genérico válido de Eschmeyer (1990). Ver a tabela GENERA para mais informação
sobre o género. Também pode consistir no epíteto específico ou subespecífico
válido que conjuntamente com o nome do género formam o nome científico. Sempre
que um nome subespecífico é digitado, o nome específico é também alterado para
subespécie, isto é, se digitar Salmo
trutta fario, o nome Salmo trutta
muda para Salmo trutta trutta. Veja a
secção na tabela STOCKS para mais informação sobre este tópico.
Autor: Nome da pessoa que descreveu a
espécie e o ano de publicação. Veja AuthorRef
para obter o número de código desta referência na FishBase. O nome do autor
entre parênteses significa que a espécie foi colocada noutro género aquando da
sua descrição inicial. No caso de existir mais de um autor o sinal ortográfico
“&” ´é utilizado, p.ex., Temminck & Schlegel, 1844.
Apenas um único nome comum em inglês é apresentado
Nome na FishBase: Um único
nome comum em inglês é utilizado, com o fim de estabilizar a nomenclatura, e
foi escolhido pelo seguinte método:
1) a existência dum nome FAO, ou
2) um nome AFS, ou
3) outro nome inglês não utilizado como Nome FishBase para outra espécie.
Caixa 4. Não
acreditamos em códigos.
Tem sido sugerido frequentemente que
deveriamos utilizar a FishBase para introduzir um sistema global de códigos
únicos para peixes ósseos. Este sistema de códigos são muito populares entre
analistas de sistemas, uma vez que se adptam bem a linguagens de programação
como FORTRAN ou C e a sistemas operativos como Unix. Os códigos têm as
seguintes vantagens:
·
menor tamanho que os
nomes científicos;
·
menor ocupação de
espaço, acesso mais rápido, entrada mais rápida;
·
melhor agrupamento, por
ex. ao nível da família; e
·
maior estabilidade do
que com os nomes científicos.
Contudo, nenhuma destas
vantagens venceu o teste do tempo. Os sistemas de código que começaram com 3-5
dígitos cresceram para 8-12 dígitos. Um sistema numérico para todos os taxa necessitaria de 40 ou mais dígitos
(Pinborg and Paule 1990). Com o aparecimento de computadores mais rápidos, com
maior capacidade de armazenamento e software mais moderno de bases de dados
relacionais, a lista de vantagens tornou-se pouco importante.
A razão pela qual os
sistemas de código se tornam difícies de gerir passado pouco tempo é devida à
instabilidade dos dados. À medida que o nosso conhecimento do mundo biológico
aumenta descobre-se que espécies que anteriormente se pensava serem diferentes
são afinal a mesma, que uma outra espécie afinal representa duas espécies
distintas, que um estudo detalhado inclui uma dada espécie num género
diferente, e que um grupo de peixes com o mesmo ascendente ao nível da família
tem afinal dois ancestrais diferentes e são divididos em famílias diferentes.
Todas estas descobertas alteram o nome científico da espécie e/ou o seu lugar
na classificação. Uma complexa série de regras, ou seja, o Código Zoológico de
Nomenclatura (ITZN 1985) regulamenta a designação e alteração de nomes
científicos, e dos seus sinómos. Os sistemas de código fornecem um retrato
instantâneo de um determinado momento. No entanto, os nomes continuam a mudar e
os sistemas de código devem incluir as actualizações necessárias (ver exemplo
em Smith and Heemstra (1986)). Consoante o nível que um dado sistema incorpora
a taxonomia, este poderá até necessitar de alterações para os casos em que os
nomes científicos não são alterados, por ex., quando um género é transferido
para uma outra família. Para evitar este problema, o recente sistema de código
Australiano (Yearsley et al. 1997) optou por continuar com a classificação de
famílias de Greenwood et al. (1966), ignorando assim 30 anos de pesquisa
taxonómica (Nelson 1984, 1994;
Eschmeyer 1990).
Deste modo, apoiamos
vivamente a ideia de que o sistema de códigos que deverá ser utilizado
globalmente corresponde ao sistema binomial com as suas regras e sinónimos.
Os códigos da FishBase
(SpecCode, StockCode, SynCode, FamCode) são apenas contadores que reduzem o
número de ligações entre campos e tabelas. Os códigos não são utilizados para
entrada de dados e estão escondidos na interface do utilizador.
Resumindo, qualquer
tentativa de criar um sistema de códigos estável está condenada a ser um
fracasso. Só irá perpetuar um conhecimento desactualizado, incluindo erros de
identificação; ou terá que criar e manter a totalidade dos sinónimos com
números de código, o que é um procedimento absurdo.
Referências
Eschmeyer, W.N. 1990. Catalog of the
genera of recent fishes. California Academy of Sciences, San Francisco. 697 p.
Greenwood, P.H., D.E. Rosen, S.H. Weitzman and G.S. Myers. 1966. Phyletic studies of teleostean
fishes with a provisional classification of living forms. Bull. Am. Mus. Nat.
Hist. 131(4):339-455.
ITZN. 1985.
International Code of Zoological Nomenclature. The International Trust for
Zoological Nomenclature, London.
Nelson, J.S. 1984. Fishes of the world. 2nd edition. John Wiley
and Sons, New York. 523 p.
Nelson, J.S. 1994. Fishes of the world. 3rd edition. John Wiley
and Sons, New York. 600 p.
Pinborg, U. and T. Paule. 1990. NCC Coding System: a
presentation. The Nordic Centre, Stockholm, Sweden.
Smith, M.M. and P.C. Heemstra, Editors. 1986. Smith’s sea
fishes. Springer Verlag, Berlin. 1047 p.
Yearsley, G.K., P.R. Last and G.B. Morris. 1997. Codes for Australian
Aquatic Biota (CAAB): an upgraded and expanded species coding system for
Australian fisheries databases. CSIRO Marine Laboratories, Report 224. CSIRO,
Australia.
Rainer Froese
Existem, cerca de 6.000 espécies sem o nome FishBase (veja a secção NOMES COMUNS,
neste volume).
A espécie é incluída numa Família, Subfamília, Ordem e Classe segundo a classificação de Eschmeyer (1990).
Ref: Este é o código da referência principal que foi
usada na nomenclatura, e qualquer outra informação neste registo. De
preferência, esta deverá ser a última revisão do género ou família respectivos,
ou uma outra fonte primária de confiança (ver Fontes, abaixo). Quaisquer outras referências usadas para
informação secundária estão inscritas nos campos Ref.
Clicando o botão peixe
obterá uma sequência das fotografias disponíveis para esta espécie na FishBase.
Se clicar no
botão mapa poderá escolher várias opções. Pode realçar os países em que uma
espécie é introduzida ou autóctone, visualizar as vias de introdução, ou ver os
pontos de ocorrência ao nível da família, género ou espécie.
Status
Clicando o botão Status
obterá os seguintes campos:
AutorRef: Número de código da referência que pela primeira vez
descreveu a espécie.
SpecCode: Número de código da espécie (só para uso interno).
FamCode: Número de código da família (só para uso interno).
Nós preferimos a última revisão
Fontes: Várias letras indicam
que tipo de fonte foi usada: R =
informação obtida a partir da última revisão (informação prioritária); O = informação obtida a partir de
fontes secundárias (i.e., informação de menor valor).
Confirmação
das sinopses: Uma sinopse completa
foi impressa e verificada.
Confirmação
ASFA: Uma busca no ASFA foi feita e
usada.
ISSCAAP: número ISSCAAP a que a espécie pertence (FAO-FIDI
1994; veja a “tabela ISSCAAP”, neste volume).
Introduzida,
Modificada e Verificada: Estes
campos contêm o número do membro da equipa ou colaborador da FishBase e a data
em que o registo foi introduzido, modificado, ou verificado. Clique duas vezes
no número para obter mais informação.
Clicando o botão Ambiente
obterá os seguintes campos:
Águas
Continentais, Estuarinas e Marinhas:
Um campo sim/não indica se a espécie é
dulciaquícola, estuarina ou marinha, em qualquer estado de desenvolvimento.
Ambiente: Indica o ambiente preferido pela espécie, com as
seguintes escolhas (adaptado de Holthus & Maragos, 1995):
FishBase indica o ambiente preferido
pela espécie
·
Pelágica: vive e
alimenta-se na coluna de água entre os 0 e os 200m, não se alimentando de
organismos bentónicos.
·
Batipelágica: vive e alimenta-se
na coluna de água abaixo dos 200m, não se alimentando de organismos bentónicos.
·
Demersal: vive ou
alimenta-se no fundo entre os 0 e os 200m.
·
Espécie dos corais:
vive e/ou alimenta-se no ou perto do recife do coral, entre os 0 e os 200m.
·
Bentopelágica: vive ou
alimenta-se no fundo, bem como na coluna de água, entre os 0 e os 200m.
·
Batidemersal: vive e
alimenta-se no fundo abaixo dos 200m.
Esta classificação é adequada a espécies marinhas,
embora por vezes de difícil aplicação a espécies dulciaquícolas. Quaisquer
sugestões para melhorar este facto são bem-vindas.
Migração: padrão de migração das espécies, usualmente para
efectuar a postura ou para se alimentar, com as seguintes escolhas: anádromas
(migram do mar para o rio, ex., salmões); catádromas (migram do rio para o mar,
ex., enguia); potádromas (migram de rio para rio, ex., truta); limnodromas
(migram de lago para lago, ex., perca); oceanodromas (migram de oceano para
oceano, ex., atum); e não migratória.
Limite de
profundidade: os limites superior e
inferior de distribuição relatado aos juvenis e adultos da espécie, em metros.
Profundidade
comum: os limites de profundidade
onde a espécie (juvenis, machos ou fêmeas) é encontrada usualmente.
Notas: Um campo de texto com comentários adicionais sobre o
ambiente, alimentação, comportamento, usos e outras informações pertinentes.
Caixa 5.
Temperatura e tamanho
máximo dos peixes.
Existem
várias algorítmos que relacionam a temperatura ambiental dos peixes e o tamanho
máximo por estes alcançado. Na FishBase existem gráficos nos quais os pontos do
tamanho máximo vs temperatura ilustram diferentes características
biológicas dos peixes.
A
mais importante destas relações refere-se ao facto de que, dado o tempo
suficiente (à escala evolutiva), qualquer taxon
mais evoluído preencherá todos os
possíveis habitats e nichos, mesmo aqueles que requerem um tamanho do corpo
muito grande ou pequeno, levando ao conceito de “Casa Cheia” de Gould (1996).
Este aspecto é ilustrado por intermédio de um gráfico que mostra que aos mais
variados tamanhos (de 4 a 400cm) corresponde uma das temperaturas toleradas
pelos peixes. Isto ainda é mais evidente na versão do gráfico em que são utilizados
os logarítmos do comprimento máximo, uma vez que é reduzido o impacto das
poucas espécies de grandes dimensões (>200 cm) (Fig. 5).
A
segunda característica biológica dos peixes ilustrada nos gráficos de
comprimento máximo vs temperatura é
que, dentro de um grupo taxonómico (e anatómico) os comprimentos máximos
diminuem com o aumento da temperatura, tal como definido pela teoria sobre
crescimento dos peixes por Pauly (1979, 1984, 1994) (veja também Longhurst and Pauly 1987,
Capítulo 9). O gráfico do log-comprimento vs
temperatura ilustra bem este fenómeno com os comprimentos máximos a diminuir
mais acentuadamente dentro de uma família do que no conjunto dos pontos. As
temperaturas baixas de –2 a 3°C representam uma excepção conhecida por
“adaptação ao frio” e induzem um stress semelhante ao provocado por
temperaturas elevadas (Pauly 1979).
O
comprimento máximo utilizado neste gráficos teve origem no campo comprimento
máximo da tabela ESPÉCIES. As temperaturas são, para as espécies em questão:
i. a média
dos campos da temperatura na tabela STOCKS; ou
ii.
a média de todos os
registos de temperatura existentes na tablea OCORRÊNCIAS; ou
iii.
a média de todos os
registos de temperatura da tabela POPCRESCIMENTO; ou
iv.
a média de todos os
registos de temperatura da tabela POSTURA; ou
v. a médias
das médias obtidas em (ii), (iii) e/ou (iv), quando existem entradas
correspondentes nas tabelas OCORRÊNCIA, POPCRESCIMENTO e/ou POSTURA.
Referências
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New York. 244 p.
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Wohlschlag, D.E. 1961. Growth of an Antarctic fish at freezing
temperatures. Copeia 1961:17-18.
Daniel
Pauly
Acederá aos seguintes campos, clicando o botão Tamanho/Idade:
Longevidade: A idade máxima do espécimen selvagem alguma vez
capturado, reportado do cativeiro ou capturado num lago.
Registamos a idade do exemplar mais velho, alguma vez capturado.
Tamanho(T): Medida do maior exemplar (macho ou fêmea) jamais
capturado em: SL (comprimento
standard); FL (comprimento à furca
da caudal); TL (comprimento total); WD (largura); OT (outra).
Comprimento
comum: Comprimento usual dos
juvenis, do macho ou da fêmea.
Peso
máximo(P): Peso total do maior
exemplar (macho ou fêmea) capturado.
Clicando o botão
Relação T-P obterá uma impressão
geral sobre a relação comprimento-peso da espécie (veja a tabela COMPRIMENTO
PESO, neste volume)
Clicando o botão da curva de crescimento obterá uma
impressão geral da relação comprimento do corpo-idade da espécie (veja a tabela
POPCRESCIMENTO para maior informação).
Fig. 5.
Comprimento máximo vs temperatura
para a família Gadidae e restantes espécies. Repare que o declínio para a
família é mais rápido do que para o conjunto das espécies.
Acederá aos seguintes campos, clicando o botão Importância:
Classificámos os peixes segundo a sua importância para o Homem
Pescas: Importância da
espécie para as pescas ou para aquacultura, com as seguintes escolhas:
altamente comercial; comercial; pouco interesse comercial; pesca de
subsistência; interesse potencial; sem interesse. Um campo de Notas permite-lhe aceder a outras
informações sobre a importância e uso da espécie nas pescas.
Estatísticas
de desembarque: Média global dos
desembarques/ produção da espécie, com as seguintes escolhas: mais de 1.000
tons/ano; de 1.000 a 10.000 tons/ano; de 10.000 a 50.000 tons/ano; de 50.000 a
100.000 tons/ano; de 100.000 a 500.000 tons/ano; mais de 500.000 tons/ano. Ver
FAO (1992) para mais informação. Este campo contém informação sobre os países e
áreas onde os desembarques ou as produções são mais significativas.
Método: O principal método de captura da espécie, com as
seguintes escolhas: nassas, arrastos, dragagem, redes de cerco, redes de
emalhar, covos, anzol, aparelhos múltiplos, outros. Ainda vários campos de
sim/não para outros métodos de pesca.
Uso em
Aquacultura: Indica se a espécie é
utilizada em aquacultura, com os seguintes campos: nunca/raramente;
comercialmente; experimentalmente; uso futuro.
Uso como
isco: Indica o uso da espécie como
isco nas pescas, com as seguintes escolhas: nunca/raramente; ocasionalmente;
habituamente.
A maioria das espécies marinhas para aquariofilia são capturadas do
stock selvagem
Aquáriofilia: Indica o uso da
espécie na aquariofilia, com as seguintes escolhas; comercialmente (espécies
encontradas nas lojas de aquariofilia); potencialmente (para espécies pequenas,
fáceis de manter, coloridas, com formas ou comportamentos interessantes);
aquário público (para espécies existentes em grandes aquários públicos e
geralmente grandes demais para aquariofilia).
Mercado
aquariófilo: indica se os exemplares
de aquário são obtidos por reprodução em cativeiro (e.g., guppies) ou se são
selvagens (e.g., a maior parte das espécies marinhas).
Pesca
desportiva: um campo sim/não indica
se a espécie está incluída na lista dos Recordes Mundiais de Pescas Desportiva,
publicada anualmente pela Associação Mundial de Pesca Desportiva (IGFA, Pompano
Beach, Florida, USA), ou se está
classificada como espécie desportiva.
São indicadas todas as espécies perigosas para o Homem
Perigosidade: Indica se a
espécie é perigosa para o Homem, com as seguintes escolhas: inofensivo; tóxico
para a alimentação (o fígado, intestinos ou pele por vezes contêm substâncias
tóxicas); “ciguatera” (toxinas
acumuladas no peixe através da cadeia alimentar); venenosa (espécies que
possuem espinhos ou muco venenosos); traumatogénicas (espécies capazes de
morder ou picar). Se uma espécie for vector de “ciguatera”, clicando no aviso,
acederá à tabela CIGUATERA (Dalzell, neste vol.).
Muitos peixes geram campos eléctricos potentes
Electrobiologia: espécies
capazes de produzir campos eléctricos. Estes campos eléctricos, que podem ser
extremamente fortes, são utilizados para diversos fins, tais como, orientação,
defesa, predação ou outras ainda não conhecidas. A publicação do livro sobre
Peixes Eléctricos (1995), de P. Moller,
permitiu-nos abordar esta interessante área de investigação através da
classificação apresentada nesse trablho, baseada em simples observações no
campo. O status eléctrico de cada espécie é mostrado na seguinte sequência:
1. Normal: Implica actividade electrogénica normal, ou seja, nos
nervos e nos músculos.
2. Electrosensação:
actividade eléctrica comum, mas não
restrita, aos elasmobrânquios (tubarões, raias) que possuem orgãos capazes de
detectar campos eléctricos criados por outros animais.
3. Descarga
fraca: capacidade de gerar campos
eléctricos fracos para orientação e/ou detecção de presas.
4. Descargas
fortes: capacidade de gerar campos
eléctricos fortes que atordoam potenciais presas e/ou predadores.
As única referência utilizada neste campo foi o livro
de Moller (1995). O campo Comentários
pode conter informação adicional.
Notas: É um campo onde estão inscritas informações
suplementares sobre o habitat, comportamento, electrobiologia, alimentação,
reprodução ou qualquer outra informação pertinente sobre a espécie.
A partir da janela espécies pode obter mais
informação sobre uma espécie facilmente com um simples clicar num botão. Pode
obter informação sobre a Família ou Género aos quais a espécie pertence, os
Nomes Comuns utilizados, os Limites conhecidos e países em que
ocorre, outras informações relacionadas com a Biologia, as Referências
utilizadas e os Colaboradores que
forneceram informação. Por favor veja os diferentes capítulos para discussóes
específicas das várias tabelas.
Clique o botão Espécies
do Menu Principal da FishBase. Pode então procurar uma espécie por nome
científico, nome comum, família, país, identificação rápida ou tópico. De
acordo com o tipo de procura seleccionada é fornecida uma lista. Clicando duas
vezes no nome científico terá acesso à janela ESPÉCIES da espécie escolhida.
Agradecemos a Susan Luna, anterior elemento equipa da
FishBase, a sua contribuição para a tabela ESPÉCIES e para o presente capítulo.
Referências
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Rainer Froese, Emily Capuli, Cristina Garilao and Daniel Pauly
Os nomes comuns são o que a maior parte das pessoas sabe acerca da
maioria dos peixes
Afirmar que os nomes comuns
dos peixes são o seu atributo mais importante é subvalorizar a questão. De
facto, os nomes comuns são, muitas das vezes, tudo o que as pessoas sabem
àcerca da maioria dos peixes. Assim, a FishBase não ficaria completa sem a
lista dos nomes comuns, facto considerado desde o início (Froese, 1990), e de
que resultou a compilação de mais de
60.000 nomes comuns, provavelmente a maior lista no seu género. Levou-nos muito
tempo, entretanto, a perceber que cada par dos campos “país” e “língua”
definiam uma cultura, e que isso representava o que uma grande fracção das
pessoas dessa cultura sabe àcerca das espécies.
Línguas As
línguas que podem ser adaptadas na tabela NOMES COMUNS da FishBase diferem na
sua condição. Algumas como o inglês, o francês, o espanhol ou o português estão
espalhadas globalmente e têm nomes para espécies que não ocorrem noutros países
onde a língua também é falada. Outras, são apenas faladas num país, ou até
somente numa região. Estas regiões apenas têm nomes para as espécies que
ocorrem nas suas águas. Os utilizadores da FishBase devem estar prevenidos para
este facto, quando avaliam a cobertura que damos aos nomes comuns (veja a Fig.
6).
Como
foi concebida, a tabela nomes comuns
permite a entrada de nomes comuns de culturas antigas. Utilizaremos esta
característica para introduzir nomes comuns de peixes no Egipto Antigo (de
Brewer and Freeman, 1989), Grécia (de Thompson 1947), Roma (de Cotte 1944), da
Alemanha Medieval (de Bingen 1286) e outras.
A combinação de um país e de uma língua definem uma cultura
Outras
“linguagens” importantes consideradas na FishBase são o AFS/Inglês, referindo
os nomes seleccionados pela Sociedade Americana das Pescas (Robins et al. 1991a e b),
FAO/Inglês, FAO/Espanhol e FAO/Francês, referindo as sugestões da FAO para
standardizar- ao nível global- os nomes comuns dos peixes nestas três línguas.
Para a conseguir esta standardização, a equipa FishBase utilizou os nomes
únicos da FishBase (da tabela ESPÉCIES), consistindo num nome FAO/Inglês, ou se
não existente, um AFS/Inglês, ou se não existente também, um outro nome inglês,
seleccionado de entre os nomes existentes usando o critério de Robins et. al. (1991a). A identificação dos
nomes únicos prosseguirá em colaboração com a FAO, a AFS e outros colegas, até
que todas as espécies da FishBase, e mais tarde todas as espécies do mundo,
tenham um nome comum potencialmente estável.
A FishBase contém mais de 60,000 nomes comuns
O uso mais óbvio da tabela nomes comuns é o de
identificar o nome científico dum peixe. Note contudo, que nomes comuns, não
standardizados, podem indicar mais do que uma espécie. Outras utilizações menos
óbvias incluem:
·
preservar e tornar
acessível o conhecimento etnoictiológico de culturas em extinção (Palomares and
Pauly 1993; Palomares et. al. 1993;
Pauly et al. 1993);
·
testar hipóteses
qualitativas àcerca de esquemas de classificação tradicionais (ver por ex.,
Hunn 1980; Berlin 1992);
·
possibilitar a
verificação mútua de factos dos pontos de vista etnoictiológico e científico
(como em Johannes 1981); e ainda
·
seguir a evolução
linguística através dos nomes comuns de peixes, no espaço e no tempo, e testar hipóteses
relacionadas.
Fontes A
informação contida na tabela NOMES COMUNS foi obtida a partir de mais de 860
referências, e.g., Herre and Umali (1948); Blanc et al. (1971); Fisher et al.
(1990); Myers (1991); Robins et al.
(1991a e b); Fouda and Hermosa, (1993); Grabda and Heese (1991); Moshin et al. (1993).
Fig. 6. Percentagem dos Nomes comuns na FishBase para os
quatro principais grupos de línguas. Repare que existem outros grupos de
línguas para os quais a FishBase inclui o nome comum.
Status A
verificação dos nomes comuns na versão presente da FishBase foi efectuada
comparando nomes de várias proveniências. Assim, Negedly (1990) foi utilizado
para verificar mais de 8.000 nomes da FAO, enquanto que Robins et al. (1991b) foi usado para os mais
de 4.200 nomes da AFS/Inglês. Alguns outros foram verificados visualmente para
as línguas faladas por cada membro da equipa FishBase (inglês, alemão, francês
e vários dialectos das Filipinas). Os 10.000 nomes comuns em inglês e francês
foram também verificados utilizando software de verificação ortográfica. Os
nomes noutras línguas serão gradualmente verificados através do seu envio a
especialistas nessas línguas. Mais de 2.000 entradas, para as quais não existe
referência, língua ou local, foram eliminadas da tabela NOMES COMUNS e
armazenadas num ficheiro de texto onde aguardam verificação.
É
possível produzir listas de nomes comuns por espécies ou por língua na secção Relatórios acessível a partir do Menu Principal. Também pode aceder a
uma rotina disponível no botão Miscelânea
na secção Relatórios, que trata da
base de dados do utilizador sobre nomes locais (veja adiante).
O aumento da presente cobertura continuará a dar
importância a grandes fontes individuais, e.g. Sanches (1989) para o português,
mas incluirá também listas mais pequenas produzidas por estudos etnozoológicos
nas Américas, África e regiões da Ásia Pacífico. Colegas interessados em
ajudar-nos neste esforço são bem-vindos.
Campos Seguidamente,
são descritos em detalhe os campos da tabela NOMES PRÓPRIOS, com ênfase nos
campos de escolha múltipla:
Nome: Campo que indica o nome vernáculo
ou comum duma espécie, numa determinada língua.
A FishBase contém nomes de produtos derivados de peixe
Estádio: Campo que indica o estádio de desenvolvimento
da espécie no qual o nome é usado. Este campo possui sete escolhas, a saber:
ovo; larva; juvenil; juvenil e adultos; adulto; grande adulto; produto. A
última diz respeito, ao nome dum produto derivado duma espécie de peixe e que
passa a ter outro nome. Como pode ser o nome dum produto comercial, permite ter
acesso aos nomes utilizados na indústria da pesca bem como à etnoictiologia de
empresas comerciais.
Sexo: Sexo do indivíduo a que o nome
comum se refere. As escolhas são: macho e fêmea; fêmea; fêmea em postura;
macho; macho em postura. De notar que frequentemente são dados nomes diferentes
conforme o estádio reprodutor em que o peixe se encontra.
Língua: Indica a língua na qual o nome comum está escrito.
Estão incluídas 150 línguas por ordem alfabética, desde o árabe ao wolof (Fig.
6). O campo língua encontra-se ligado à tabela LÍNGUA que contém informação
sobre taxonomia e o país ou países em que a língua é falada como língua
materna. Os dados incluídos na tabela LÍNGUA foram obtidos de Ruhlen (1991) e
Grimes (1992) e representam fontes de informação secundária sobre conhecimento
local.
A FishBase contém nomes comuns em 130 línguas
Tipo: Campo de escolha que indica a fonte ou uso do nome comum. As escolhas
incluem vernáculo, marketing, aquário, FAO, e AFS. A FishBase 97 já inclui
todos os nomes publicitários Australianos (Yearsley et al., 1997). Tencionamos incluir também os nomes de marketing
oficiais dos Estados Unidos e Europa.
Notas: Refere a etimologia do nome comum ou qualquer outra
informação relevante para a sua compreensão.
Como chegar lá Acede-se
à tabela NOMES COMUNS clicando o botão Nomes
Comuns na janela ESPÉCIES ou clicando duas vezes no nome comum, em qualquer
dos relatórios gerados no ecrã.
Agradecimentos Agradecemos ao
Dr. M. Warren pela sugestão de que a FishBase poderia inscrever e estruturar o
conhecimento etnoictiológico e a M.T. Cruz pela ajuda na introdução dos nomes
comuns. Também queremos agradecer ao V. Christensen e A.J.T. Dalsgaard por
verificarem o dinamarquês, Prof. J. Moreau e Srª Dº C. Lhomme-Binudin que
verificaram o francês, S. Kuosmanen-Postila pela verificação do finlandês, A.C.
Gücü no turco e ao Dr. R. Froese por verificar os nomes em alemão. Os nossos
agradecimentos também a F. Birket, E. Cadima,
K. Carpenter, E. Kaunda, K. Ruddle, P. Spliethoff, L. Eldredge, M.
Entsua-Mensah, M.H. Teullières-Preston, R. Uwate e Y. Yamada pelas listas de
nomes comuns que forneceram, apesar de ainda as não termos introduzido todas.
Referências
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University Press, Princeton.
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upgraded and expanded species coding system for Australian fisheries databases.
CSIRO Marine Laboratories, Report 224. CSIRO, Australia.
Maria Lourdes D. Palomares e Daniel Pauly
Quando se iniciou o projecto FishBase
em 1988, tínhamos a noção de que a taxonomia ictiológica estaria em bom estado,
ou seja, que a maioria dos nomes utilizados na literatura estariam correctos, e
que os restantes poderiam ser corrigidos através da sinonímia. Embora estes
princípios fossem em grande parte verdadeiros, subestimámos terrivelmente
algumas dificuldades, tais como, as divergências em publicações recentes, a
necessidade de seguir e compreender os trabalhos taxonómicos e de até algumas
vezes desempenhar trabalho de detective para ligar certa informação à espécie
biológica correcta.
A sinonímia é de difícil leitura
A sinonímia é de
difícil leitura. Este facto é frequentemente ignorado por não taxonomistas que tendem
a pensar que cada sinónimo é um “pseudónimo” da espécie em questão.
Infelizmente, as convenções taxonómicas introduzem esse pensamento ao não
forçar os autores a apontar os casos nos quais o princípio acima referido é
falso, ou seja, quando um nome válido ou um sinónimo duma espécie biológica
referidos estão de facto errados e só aparecem na sinonímia porque alguém
nalguma altura confundiu as duas espécies. Alguns colegas saberão que estes
casos devem ser referidos do seguinte modo, (non Lacepède) a seguir ao nome da
espécie. Podem não ter consciência que - conforme o contexto - uma vírgula,
ponto e vírgula ou ponto final após o nome da espécie poderia ter o mesmo
significado.
A
confusão mais comum (embora quase sempre inofensiva) ao ler sinónimos dá-se
entre o autor original (como em Scopelus
dumerilii Bleeker, 1856) e um autor subsequente (como em Diaphus dumerili Fowler, 1928).
Foi só quando começámos a classificar os sinónimos no
Status: combinação original (Scopelus dumerilii Bleecker 1856); nova
combinação (Diaphus dumerilii
(Bleecker 1856)); erro ortográfico (Diaphus
dumerli (Bleecker 1856); sinónimo posterior (Myctophum noturnum Poey 1856 de D.
dumerilii); identificação incorrecta (Diaphus
effulgens (non Goode & Bean 1896) de D. ademonus; duvidosa (necessita mais estudos); outra (veja no
campo Comentários); demos conta dos
erros que nós próprios tínhamos cometido ao ler os sinónimos.
Utilizámos vários testes lógicos para detectar erros na tabela
SINÓNIMOS
Status Utilizámos
uma série de métodos de verificação para identificar possíveis registos
incorrectos, tais como: confrontação de todos os sinónimos que coincidiam com
nomes específicos válidos na tabela ESPÉCIES e não estão classificados como
nomes incorrectos; confrontação de todos os sinónimos que indicam mais do que
uma espécie válida; listagem de todos os sinónimos procedentes com o mesmo nome
específico da espécie válida; listagem de nomes específicos originais ou novas
combinações dum autor diferente daquele que criou o nome válido; listagem de
todos os sinónimos com os caracteres “non”, “not” ou “nec” em ambos os campos Autor e Comentário, e que não estão classificados como identificação
incorrecta; etc. Acreditamos que através deste exercício, identificámos e corrigimos
a maior parte dos erros grosseiros. No entanto, 800 sinónimos ainda aguardam
classificação e ainda existem provavelmente alguns registos onde a citação no
campo Autor diz respeito a um
utilizador subsequente em vez do autor original. Estes casos serão corrigidos
confrontando-os com as fontes originais e com a base de dados PICES de
Eschmeyer que será publicada em breve.
Os nomes
científicos são mais do que rótulos
Os nomes científicos
são mais do que rótulos, no sentido em que reflectem o conhecimento que temos
sobre a evolução dos peixes. Assim, todas as espécies pertencentes a um género
têm um ancestral comum, do mesmo modo que nenhuma descendência desse ancestral
deverá existir noutro género. O mesmo acontece para taxa superiores como família, ordem e classe. O ancestral comum
neste caso é respectivamente mais antigo.
Em 10 anos mudam 10% dos nomes
À medida que a taxonomia
esclarece as relações entre as espécies, os nomes científicos contínuam a ser
alterados. Em regra, cerca de 10% dos nomes incluídos num trabalho estarão
desactualizados dentro de 10 anos (Froese 1996). Na FishBase os nomes científicos e as
referências encontram-se ligados de uma forma que permite seguir estas
alterações e imprimir uma lista de alterações de nomenclatura dos trabalhos
taxonómicos mais importantes.
Caixa
6. Cronologia das descrições de
espécies.
Para
os Zoólogos, a taxonomia científica teve início com a publicação, em 1758, da
décima edição de Systema Naturae de
C. Linnaeus. O gráfico da FishBase que mostra o número de espécies descritas
desde então, agrupadas em intervalos de 5 anos (ver Fig. 7), utiliza a mesma
abordagem.
Repare
que os números absolutos refectem a cobertura da FishBase 97, que abrange
actualmente 2/3 das espécies de peixes conhecidas. Contudo, não é esperada uma
alteração da forma das curvas deste gráfico após a introdução de todas as
espécies.
Tal
como pode ser observado, o gráfico tem um aspecto irregular que reflecte
descobertas individuais (Linnaeus 1758; Bloch 1785; Lacepède 1798; Cuvier and Valenciennes 1828 ff; Günther 1859 ff.; and
Boulenger 1909 ff.), e mostra um aumento constante ao longo do século IX- época
da expansão colonial europeia- com cerca de 50 a 500 novas espécies descritas
em cada período de 5 anos.
Existe
uma lacuna de 1880-1890 que é provavelmente devida ao facto de Cuvier,
Valenciennes e Günther terem descrito grande parte dos espécimens pertencentes
a vária colecções (Tyson Roberts, com. pess.). O gráfico mostra também o efeito
devastador da Primeira (1914-1918) e Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais,
tendo o número de espécies descritas baixado para os mesmos níveis em que se
encontrava no final do século XVIII.
Repare
que a maioria da espécies de Linnaeus ainda hoje são válidas, uma vez que não
existiam descrições prévias que pudessem alterar os seus nomes para sinónimos.
Contudo, descobriu-se que alguns dos seus nomes se referiam à mesma espécie e
foram dados como sinónimos pelos primeiros revisores. Grande parte dos seus
nomes são actualmente géneros diferentes, o que reflecte uma melhor compreensão
da evolução dos peixes.
É
ainda de salientar o elevado número de descrições duplicadas desde o início do
século IX até meados do século XX, devido provavelmente a uma generalizada
precipitação para descrever novas espécies, associada à falta de acesso a
literatura já publicada.
Referências
Bloch, M.E. 1785. Naturgeschichte
der ausländischen Fische. Berlin, Vol. 1, 136 p.
Boulenger,
G.A. 1909. Catalogue of the fresh-water fishes of Africa in the British Museum
(Natural History). V. 1, p. i-xi + 1-373.
Cuvier, G. and A. Valenciennes. 1828.
Histoire naturelle des poissons. Paris. Tome premier.
Günther, A. 1859. Catalogue of fishes in the British Museum. London. Vol. 1.
Lacepède,
B.G.E. 1798. Histoire naturelle des poissons. 8 + cxlvii + 532 p.
Linnaeus,
C. 1758. Systema Naturae per Regna Tria Naturae secundum Classes,
Ordinus, Genera, Species cum Characteribus, Differentiis Synonymis, Locis. 10th
ed., Vol. 1. Holmiae Salvii. 824 p.
Roberts, T.
1997. Pers. comm. California Academy of Sciences, San Francisco, USA.
Rainer
Froese and Daniel
Pauly
Fontes A
tabela SINÓNIMOS contém mais de 45.000 sinónimos, erros ortográficos ou
identificações incorrectas de mais de 17.500 nomes válidos. A informação foi
retirada de mais de 1.900 referências como as do Catálogo das Espécies da FAO,
CLOFFA e CLOFETA, e de revisões de famílias como por exemplo a de Pietsch and
Grobecker (1987).
Campos A
tabela indica o Nome e o Autor do sinónimo, a Referência e a página que refere o
nome como sinónimo, etc, a classificação do Status do nome inválido (veja as escolhas abaixo), um campo que
indica a Residência de nomes vindos
de colecção, um campo de Comentários
e uma lista de Referências que usaram
nomes incorrectos.
Fig. 7.
Espécies descritas em intervalos de 5 anos.
Veja a discussão deste gráfico na caixa 6.
Como chegar lá Acede-se
à tabela SINÓNIMOS clicando o botão Sinónimos
na tabela ESPÉCIES. A rotina Alterações de Nomenclatura clicando o botão Referências no Menu Principal.
Agradecimentos Queremos agradecer a Kent Carpenter por ter sugerido
a classificação descrita acima. Damos os parabéns a W. Eschmeyer por ter
eliminado os problemas mencionados na sua base de dados PICES. Também a
Theodore W. Pietsch e a David B. Grobecker são devidos parabéns pela sua
excelente monografia Frogfishes of the
World, que nos ajudou a compreender os sinónimos.
Referências Froese, R. 1996. A computerized procedure for identifying
misspellings and synonyms in checklists of fishes, p. 219. In D. Pauly and P. Martosubroto (eds.) Baseline studies of
biodiversity: the fish resources of western Indonesia. ICLARM Stud. Rev. 23.
Pietsch., T.W. andD.B.Grobecker. 1987. Frogfishes of the world. Standford University Press, Stanford,
California. 420 p.
Rainer Froese e Emily Capuli